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Consema, Weffort reitera defesa da Mata Atlântica de Interior e Cerrado Paulista

Data da publicação: 05/03/2025

Em reunião no Conselho Estadual de Meio Ambiente, o Consema, na última quarta-feira (26/2), o jornalista e ambientalista Djalma Weffort reiterou na plenária a pauta que vem defendendo para a conservação da Mata Atlântica de Interior e Cerrado paulista. O ambientalista iniciou a sua fala pontuando que “nós, os ambientalistas, pessimistas no discurso e otimistas na ação”, já não temos dúvidas sobre a grave crise ambiental que ameaça a vida no Planeta, causada pelas atividades humanas manifestadas pelo aquecimento global, extremos climáticos, desmatamento e queimadas, tráfico de animais silvestres, micro plástico nos rios e oceanos, rompimento de acordos climáticos globais e tanto outros males que afligem a humanidade. “Não temos o que comemorar”, asseverou.

No entanto, Weffort citou “pensar global e agir local”, outra máxima do movimento ecológico,  para referir-se às ações proativas que estão se dando no âmbito do diálogo entre a sociedade civil e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, a Semil como os estudos para a ampliação do Parque Estadual do rio do Peixe - PERP e a criação da unidade de conservação da Mata Maturi, no Oeste paulista. “A ampliação do parque e a instituição de uma nova unidade representam não só a importância para a conservação da biodiversidade em São Paulo como também a possibilidade de acrescentar novas áreas naturais ao patrimônio do Estado por meio da incorporação de reservas legais públicas à administração da Fundação Florestal, sem necessidade de desapropriação” afirmou o ambientalista.

Lagoa São Paulo

Em um outro ponto da fala, o presidente da Apoena elogiou as medidas que estão sendo tomadas para a proteção do remanescente da antiga Reserva Estadual da Lagoa São Paulo - RELSP, nas margens do rio Paraná, em Presidente Epitácio. “Depois de 25 anos da formação do lago da usina hidrelétrica de Porto Primavera, a Cesp, atual proprietária da reserva, atendeu às reivindicações dos ambientalistas e comunidades locais para finalmente retirar os invasores e iniciar um projeto de restauração florestal com plantio direto de mudas e dispersão de sementes por meio da técnica conhecida como muvuca,  feita com a utilização de drones.  Adicionalmente, a empresa deu início a um programa de educação ambiental e abertura de aceiros para prevenção a incêndios florestais, reforço nos cercamentos e instalação de estruturas para facilitar o aporte de sementes por aves", disse.

São 2.400 hectares de área remanescente, composta de vegetação de Mata Atlântica e Cerrado, entremeadas de áreas úmidas, nascentes, corixos e lagoas permanentes e marginais, essenciais para a sobrevivência de espécies adaptadas como o cervo-do-pantanal, aves paludícolas e aquáticas residentes ou migratórias, repteis, anfíbios e peixes que ali ocorrem. “Além disso, a reserva está licenciada pelo Ibama como área de preservação permanente - APP no Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial, o Pacuera e situa-se na parte final de um rico mosaico de áreas emersas do reservatório que formam o que chamamos de ‘pantanal paulista’ e exercem a função de corredor natural que se conecta ao Parque Estadual do rio do Peixe - o PERP, explica.     

Cerrado de Assis

Em outro momento, Djalma Weffort apontou a ampliação, em 316 hectares, da Estação Ecológica de Assis - Esec de Assis e Floresta Estadual de Assis - FE de Assis que passou de 4.577 hectares para 4.893 hectares,  resultado de compensação ambiental do impacto causado pelas usinas hidrelétricas Canoas 1 e Canoas 2, no rio Paranapanema. “Embora não tenha vindo em linha com a nossa expectativa, reconhecemos que a medida contribui para o fortalecimento das ações de conservação ambiental em especial do Cerrado paulista que hoje lamentavelmente conta com menos de 10% de remanescente da sua área original”, disse.  Segundo o ambientalista, “além da insuficiência da área ampliada para garantia da conservação do Cerrado naquela região”, serão precisos medidas de combate a invasão biológica por pinus e a recategorização da unidade, entre outras medidas de fortalecimento de manejo e gestão, que inclui também a Estação Ecológica de Santa Bárbara", aponta.  

Por fim, no expediente preliminar da reunião, onde são tratados os assuntos gerais e inclusões de urgência na ordem do dia, Djalma Weffort sugeriu a adoção pela Semil de um novo modelo de placa de sinalização de alerta de atropelamento de animais silvestres nas rodovias. “A ideia é implantar placas com imagens mais contundentes que representem o risco que correm os motoristas e passageiros em atropelamentos de animais silvestres", informou.

Em virtude do exíguo tempo às manifestações dos conselheiros, três outros temas ficaram de fora da fala do presidente e que deverão ser retomados num outro momento: 1) cumprimentos à Fundação Florestal pelo chamamento público para credenciamento e seleção de projetos de coleta remunerada de sementes de espécies nativas nas unidades de conservação; 2) pedido de apoio institucional nas audiências públicas recém-anunciadas do Plano Nacional de Arborização Urbana, o PlaNAU, visando o envolvimento do Estado em subsidiar às prefeituras na implantação de seus planos municipais; e 3) avaliar os impactos que a nova política fiscal proposta pelo governo pode provocar sobre o ICMS Ambiental e o Pagamento por Serviços Ambientais, o PSA. “O ICMS Ambiental e o PSA são importantes ferramentas de melhoria dos ecossistemas e que precisam ser mantidos – e aperfeiçoados – para que continuem cumprindo o seu importante papel na conservação da natureza”, conclui Weffort.

Foto: corredor ecológico Mata Maturi-Rio do Peixe

 

 

 

 

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