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Epitácio recebe 500 mil mudas de árvores de Mata Atlântica

Solo preparado para o reflorestamento (área marron) fica próximo a foz do córrego do Veado, no Paranazão.

Data da publicação: 04/10/2005

Eram 8 horas de uma dessas manhãs frias do mês de julho, quando os funcionários da empresa de reflorestamento Edson, Aléssio, Ivo, José Alves Pereira, Maria de Fátima e ‘seu’ João, fincaram as primeira mudas de mutambo, ingá, pau d´alho, figueira e angico no solo exaurido de um dos remanescentes da Reserva Florestal da Lagoa São Paulo, nas margens do rio Paraná, no município de Presidente Epitácio.  Nos próximos 60 dias, tempo previsto para a conclusão dos trabalhos, aquelas primeiras arvorezinhas de folhas curiosas, com pouco mais de 25 centímetros de altura, serão companhia das 500 mil mudas de espécies de Mata Atlântica que estão previstas para serem plantadas nos quase 300 hectares de área desmatada que atingem a unidade nos remanescentes conhecidos como Lagoinha e Lagoa Preta.

Não dá para imaginar que essas mudas se transformarão em árvores frondosas com tronco, folhas, flores e frutos, como nos era ensinado nos bancos escolares, nem tampouco supor que o reflorestamento seja mais que um conjunto de milhares de árvores espaçadas entre mudas e linhas dispostas entre dois e três metros umas das outras. “Na realidade, ao plantarmos as árvores, estamos proporcionando as condições para que a natureza recupere a sua dinâmica que vai, por meio da interação entre fauna e flora, resgatar, ao longo dos anos, a função da floresta para o equilíbrio do meio ambiente”, explica o geógrafo Celso Machado, da Cesp, coordenador dos trabalhos.  Entre as funções, que os técnicos classificam como serviços ambientais, o geógrafo destaca o papel que a floresta plantada exerce sobre qualidade da água, o abastecimento do lençol freático, o combate à erosão, o controle das pragas, o retorno da fauna e a melhoria das condições climáticas no entorno.

Já para os ambientalistas, o motivo de comemoração é a possibilidade de resgatar, mesmo que parcial e tardiamente, os atributos do que foi um dia a antiga reserva florestal da Lagoa São Paulo, um santuário ecológico conhecido como ‘pantaninho’ encravado em território paulista e que, em 1998, foi atingida pela formação do lago de Porto Primavera, atual UHE engº Sérgio Motta. “Dos 14.200 hectares do santuário, restam hoje pouco mais do que 3.500 hectares que são justamente os remanescentes da Lagoa Preta, em área desapropriada pela Cesp, e Lagoinha ou córrego do Veado, pertencente ao Incra, e que agora estão recebendo o plantio com espécies nativas em decorrência do processo de licenciamento da usina”, lembra Thaís Terrengui, da ONG Apoena, em Presidente Epitácio.

Compromisso 

Na região da Lagoa Preta, no distrito do Campinal, próximo a foz do rio do Peixe, do total previsto de 50 hectares, metade do reflorestamento já estava concluído na manhã de ontem, quando os funcionários chegaram a casa das 41 mil mudas.  Ali o reflorestamento é resultado de compromisso assumido pela Cesp com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, para obtenção da licença de operação da usina hidrelétrica engenheiro Sergio Motta.

Quem estava satisfeita com o plantio era Maria de Fátima que, junto com a Nilda, são as duas únicas mulheres entre os dezenove funcionários arregimentados para os trabalhos pela empresa JS Reflorestamento, contratada pela Cesp. “Além de estar proporcionando trabalho, com carteira assinada e outras garantias trabalhistas, estou contribuindo para a recuperação da natureza, porque precisamos disso”, dizia.

No córrego do Veado, condomínio de reserva legal dos assentamentos Lagoinha, Engenho, Porto Velho e Luis de Moraes (São Francisco), executados pelo Incra no município de Presidente Epitácio, os 115 hectares de reflorestamento já iniciados vão se somar a uma área de 108 hectares já implantados pela estatal. Parte do reflorestamento da Lagoinha é cumprimento do licenciamento de Porto Primavera e outra parte atende a resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), em deliberação aprovada, em 2003, após proposta apresentada pelos ambientalistas da região.

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