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Proteção do Pantanal Paulista é tema de reunião entre Apoena e Semil
Data da publicação: 26/09/2024
Reunião com o subsecretário Jônatas Souza Trindade permitiu que a Apoena pudesse tratar sobre medidas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, a Semil para a ampliação da proteção dos recursos naturais do Oeste paulista, na região que pesquisadores e sociedade planejam o Corredor de Biodiversidade do rio Paraná. A tônica do encontro foi a instituição de unidade de conservação na foz do rio do Peixe, um contínuo de remanescente de área úmida conhecido como Pantanal Paulista, que abriga no Estado uma das últimas populações viáveis do cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), o maior cervídeo da América do Sul, e que justamente depende de áreas alagadiças para a sua sobrevivência em vida livre na natureza.
A conservação da foz forma um mosaico de áreas ricas em biodiversidade que se conecta ao Parque Estadual do rio do Peixe (7.720 ha), ao corredor ecológico da Mata Maturi (30 ha), e as reservas legais da fazenda Campina (500 ha.), Maturi (1.274 ha.) e Santo Antonio no rio do Peixe (439 ha.) e ao remanescente da antiga reserva estadual da Lagoa São Paulo (2.400 hectares) que integram os municípios de Presidente Epitácio, Caiuá e Presidente Venceslau, na margem esquerda do rio, e Panorama e Ouro Verde, na margem direita.
De acordo com Djalma Weffort, presidente da Apoena, a criação da unidade não implica em custos com aquisição de terras, visto que a área está no polígono de desapropriação do reservatório da usina hidrelétrica de Porto Primavera, de propriedade da Cesp/Auren, e engloba reservas legais de assentamentos e reassentamentos instituídos, nos anos 2000, pelo Estado no entorno do lago. “Estamos seguros que esse mosaico de ecossistemas protegidos vai garantir a sobrevivência do cervo-do-pantanal em vida livre e de outras espécies ameaçadas como a anta, jaguatirica, lobo-guará, tamanduá-bandeira, além de anfíbios e répteis e uma diversidade de aves residentes e migratórias que tem nessa região o seu porto seguro para alimentação, abrigo e reprodução”, aponta o ambientalista.
Weffort explica que ainda que composto de vegetação aquática e mata de galeria, a área não ficou imune aos incêndios florestais que assolaram o Estado nos últimos meses. “Assistimos à destruição de ilhas flutuantes inteiras, morte de árvores a até mesmo fogo abaixo do solo nas chamadas turfas, material em decomposição em ambientes com pouca oxigenação e grande umidade", complementa. Segundo ele, a categorização de unidade de conservação vai contribuir para a prevenção e combate aos incêndios florestais.
Já o médico dermatologista e fotógrafo da natureza, Antonio Saito, que costuma navegar nas águas do Pantanal Paulista, temeu pela destruição de um ninho de tuiuiú (Jabiru Mycteria) que, depois de ter desaparecido, voltou a colocar ovos e criar filhotes na região. “Felizmente, o fogo não atingiu a árvore e o tuiuiú pode continuar o seu processo natural de criação, um espetáculo lindo e emocionante”, comemorou.
A Apoena lembra que a foz do rio do Peixe é apontada como prioridade muito alta para criação de unidades de conservação e restauração de corredores ecológicos nos estudos do projeto ‘Diretrizes para Conservação e Recuperado da Biodiversidade no Estado de São Paulo’ (2007) do projeto Biota-Fapesp. É área para conservação, implantação de corredores ecológicos e criação de unidades de conservação nos mapas de “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos” (2000), proposto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
É considerada restritiva para implantação de projetos sucroalcooleiros, nos trabalhos sobre ‘Zoneamento Agroambiental para o Setor no Estado’, elaborado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (2008) que visa ordenar a ocupação do solo e nortear o licenciamento de empreendimentos sucroalcooleiros em território paulista. Expedições e viagens de trabalho contínuas da Apoena, em algumas ocasiões ao lado de técnicos da Fundação Florestal, atestam a grande riqueza de diversidade de ecossistemas de Mata Atlântica Estacional Semidecidual, com transição para Cerrado e as várzeas remanescentes da planície aluvial do rio Paraná.
Segundo os ambientalistas, a unidade proposta tanto pode consistir em Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN ou Refúgio de Vida Silvestre – RVS ou outra categoria prevista em lei que garanta da sua conservação integral e manejo participativo entre iniciativa privada, estado e sociedade. A Mata Maturi, por sua vez, poderá ser incorporada aos limites do Parque Estadual do rio do Peixe, o PERP em estudos já adiantados entre os técnicos da Fundação Florestal - FF em tratativas com o Instituto de Terras de São Paulo – Itesp.
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